sexta-feira, 14 de setembro de 2012
quinta-feira, 19 de abril de 2012
se Portugal tivesse mar.
Da crónica de João Quadros no Negócio On-Line:
"Os dados mais recentes do Instituto Nacional de Estatística (INE) demonstram que o Pingo Doce (da Jerónimo Martins) e o Modelo Continente (do grupo Sonae) estão entre os maiores importadores portugueses."
Porque é que estes dados não me causam admiração? Talvez porque, esta semana, tive a oportunidade de verificar que a zona de frescos dos supermercados parece uns jogos sem fronteiras de pescado e marisco.
Uma ONU do ultra-congelado. Eu explico.
Por alto, vi: camarão do Equador, burrié da Irlanda, perca egípcia, sapateira de Madagáscar, polvo marroquino, berbigão das Fidji, abrótea do Haiti... Uma pessoa chega a sentir vergonha por haver marisco mais viajado que nós. Eu não tenho vontade de comer uma abrótea que veio do Haiti ou um berbigão que veio das exóticas Fidji. Para mim, tudo o que fica a mais de 2.000 quilómetros de casa é exótico. Eu sou curioso, tenho vontade de falar com o berbigão, tenho curiosidade de saber como é que é o país dele, se a água é quente, se tem irmãs, etc.
Vamos lá ver. Uma pessoa vai ao supermercado comprar duas cabeças de pescada, não tem de sentir que não conhece o mundo. Não é saudável ter inveja de uma gamba. Uma dona de casa vai fazer compras e fica a chorar junto do linguado de Cuba, porque se lembra que foi tão feliz na lua-de-mel em Havana e agora já nem a Badajoz vai. Não se faz. E é desagradável constatar que o tamboril (da Escócia) fez mais quilómetros para ali chegar que os que vamos fazer durante todo o ano.
Há quem acabe por levar peixe-espada do Quénia só para ter alguém interessante e viajado lá em casa. Eu vi perca egípcia em Telheiras...
fica estranho. Perca egípcia soa a Hercule Poirot e Morte no Nilo. A minha mãe olha para uma perca egípcia e esquece que está num supermercado e imagina-se no Museu do Cairo e esquece-se das compras.
Fica ali a sonhar, no gelo, capaz de se constipar.
Deixei para o fim o polvo marroquino. É complicado pedir polvo marroquino, assim às claras. Eu não consigo perguntar: "tem polvo marroquino?", sem olhar à volta a ver se vem lá polícia. "Queria quinhentos de polvo marroquino" - tem de ser dito em voz mais baixa e rouca. Acabei por optar por robalo de Chernobyl para o almoço. Não há nada como umas coxinhas de robalo de Chernobyl.
Eu, às vezes penso: o que não poupávamos se Portugal tivesse mar.
muito bom, gostei!
"Os dados mais recentes do Instituto Nacional de Estatística (INE) demonstram que o Pingo Doce (da Jerónimo Martins) e o Modelo Continente (do grupo Sonae) estão entre os maiores importadores portugueses."
Porque é que estes dados não me causam admiração? Talvez porque, esta semana, tive a oportunidade de verificar que a zona de frescos dos supermercados parece uns jogos sem fronteiras de pescado e marisco.
Uma ONU do ultra-congelado. Eu explico.
Por alto, vi: camarão do Equador, burrié da Irlanda, perca egípcia, sapateira de Madagáscar, polvo marroquino, berbigão das Fidji, abrótea do Haiti... Uma pessoa chega a sentir vergonha por haver marisco mais viajado que nós. Eu não tenho vontade de comer uma abrótea que veio do Haiti ou um berbigão que veio das exóticas Fidji. Para mim, tudo o que fica a mais de 2.000 quilómetros de casa é exótico. Eu sou curioso, tenho vontade de falar com o berbigão, tenho curiosidade de saber como é que é o país dele, se a água é quente, se tem irmãs, etc.
Vamos lá ver. Uma pessoa vai ao supermercado comprar duas cabeças de pescada, não tem de sentir que não conhece o mundo. Não é saudável ter inveja de uma gamba. Uma dona de casa vai fazer compras e fica a chorar junto do linguado de Cuba, porque se lembra que foi tão feliz na lua-de-mel em Havana e agora já nem a Badajoz vai. Não se faz. E é desagradável constatar que o tamboril (da Escócia) fez mais quilómetros para ali chegar que os que vamos fazer durante todo o ano.
Há quem acabe por levar peixe-espada do Quénia só para ter alguém interessante e viajado lá em casa. Eu vi perca egípcia em Telheiras...
fica estranho. Perca egípcia soa a Hercule Poirot e Morte no Nilo. A minha mãe olha para uma perca egípcia e esquece que está num supermercado e imagina-se no Museu do Cairo e esquece-se das compras.
Fica ali a sonhar, no gelo, capaz de se constipar.
Deixei para o fim o polvo marroquino. É complicado pedir polvo marroquino, assim às claras. Eu não consigo perguntar: "tem polvo marroquino?", sem olhar à volta a ver se vem lá polícia. "Queria quinhentos de polvo marroquino" - tem de ser dito em voz mais baixa e rouca. Acabei por optar por robalo de Chernobyl para o almoço. Não há nada como umas coxinhas de robalo de Chernobyl.
Eu, às vezes penso: o que não poupávamos se Portugal tivesse mar.
muito bom, gostei!
sábado, 14 de abril de 2012
Deixa-me acreditar
Antes, podia viver de aparências, manipulado pelos valores e critérios que me eram impostos.
Agora, posso ver as coisas com os olhos de Deus.
A Fé em Jesus ressuscitado muda tudo. Muda a maneira de viver e agir. Muda os meus critérios e as prioridades. Muda os valores e os projectos.
Jesus usa um trocadilho: a palavra "vento" pode ser apenas ar em movimento mas pode ser também o Espírito Santo.
o Espírito santo sopra onde quer. Ele leva-nos para estradas nunca antes pensadas. O Espírito de Deus e os seus projectos de amor são bem maiores do que os nossos preconceitos ou esquemas.
A Sabbedoria está em abrir o coração generosamnete ao imprevisto de Deus.
Agora, posso ver as coisas com os olhos de Deus.
A Fé em Jesus ressuscitado muda tudo. Muda a maneira de viver e agir. Muda os meus critérios e as prioridades. Muda os valores e os projectos.
Jesus usa um trocadilho: a palavra "vento" pode ser apenas ar em movimento mas pode ser também o Espírito Santo.
o Espírito santo sopra onde quer. Ele leva-nos para estradas nunca antes pensadas. O Espírito de Deus e os seus projectos de amor são bem maiores do que os nossos preconceitos ou esquemas.
A Sabbedoria está em abrir o coração generosamnete ao imprevisto de Deus.
sábado, 24 de março de 2012
http://sorisomail.com/email/224587/the-codice--a-injeccao-da-banca.html
QUIM BARREIROS
A INJECÇÃO NA BANCA !
UMA DELÍCIA!
http://sorisomail.com/email/224587/the-codice--a-injeccao-da-banca.html
este vale a pena ver
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este vale a pena ver
sexta-feira, 23 de março de 2012
A memória dos Povos não deve ser curta...
A memória dos Povos não deve ser curta...
A ingratidão dos países, tal como a das pessoas, é acompanhada quase sempre
pela falta de memória. Em 1953, a Alemanha de Konrad Adenauer entrou em
default, falência, ficou Kaput, ou seja, ficou sem dinheiro
para fazer mover a actividade económica do país. Tal qual como a Grécia
actualmente.
A Alemanha negociou 16 mil milhões de marcos em dívidas de 1920 que entraram
em incumprimento na década de 30 após o colapso da bolsa em Wall Street. O
dinheiro tinha-lhe sido emprestado pelos EUA, pela
França e pelo Reino Unido.
Outros 16 mil milhões de marcos diziam respeito a empréstimos dos EUA no
pós--guerra, no âmbito do Acordo de Londres sobre as Dívidas Alemãs (LDA),
de 1953. O total a pagar foi reduzido 50%, para cerca de 15 mil
milhões de marcos, por um período de 30 anos, o que não teve quase impacto
na crescente economia alemã.
O resgate alemão foi feito por um conjunto de países que incluíam a Grécia,
a Bélgica, o Canadá, Ceilão, a Dinamarca, França, o Irão, a Irlanda, a
Itália, o Liechtenstein, o Luxemburgo, a Noruega, o Paquistão, a Espanha, a
Suécia, a Suíça, a África do Sul, o Reino Unido, a Irlanda do Norte, os EUA
e a Jugoslávia. As dívidas alemãs eram do período anterior e posterior à
Segunda Guerra Mundial. Algumas decorriam do esforço de reparações de guerra
e outras de empréstimos gigantescos norte-americanos ao governo e às
empresas.
Durante 20 anos, como recorda esse acordo, Berlim não honrou qualquer
pagamento da dívida.
Por incrível que pareça, apenas oito anos depois de a Grécia ter sido
invadida e brutalmente ocupada pelas tropas nazis, Atenas aceitou participar
no esforço internacional para tirar a Alemanha da terrível bancarrota em que
se encontrava.
Ora os custos monetários da ocupação alemã da Grécia foram estimados em 162
mil milhões de euros sem juros.
Após a guerra, a Alemanha ficou de compensar a Grécia por perdas de navios
bombardeados ou capturados, durante o período de neutralidade, pelos danos
causados à economia grega, e pagar compensações às vítimas do exército
alemão de ocupação. As vítimas gregas foram mais de um milhão de pessoas (38
960 executadas, 12 mil abatidas, 70 mil mortas no campo de batalha, 105 mil
em campos de concentração na Alemanha, e 600 mil que pereceram de fome).
Além disso, as hordas nazis roubaram tesouros arqueológicos gregos de valor
incalculável.
Qual foi a reacção da direita parlamentar alemã aos actuais problemas
financeiros da Grécia? Segundo esta, a Grécia devia considerar vender
terras, edifícios históricos e objectos de arte para reduzir a sua dívida.
Além de tomar as medidas de austeridade impostas, como cortes no sector
público e congelamento de pensões, os gregos deviam vender algumas ilhas,
defenderam dois destacados elementos da CDU, Josef
Schlarmann e Frank Schaeffler, do partido da chanceler Merkel. Os dois
responsáveis chegaram a alvitrar que o Partenon, e algumas ilhas gregas no
Egeu, fossem vendidas para evitar a bancarrota.
"Os que estão insolventes devem vender o que possuem para pagar aos seus
credores", disseram ao jornal "Bild".
Depois disso, surgiu no seio do executivo a ideia peregrina de pôr um
comissário europeu a fiscalizar permanentemente as contas gregas em Atenas.
O historiador Albrecht Ritschl, da London School of Economics, recordou
recentemente à "Spiegel" que a Alemanha foi o pior país devedor do século
xx. O economista destaca que a insolvência germânica dos anos 30 faz a
dívida grega de hoje parecer insignificante.
"No século xx, a Alemanha foi responsável pela maior bancarrota de que há
memória", afirmou. "Foi apenas graças aos Estados Unidos, que injectaram
quantias enormes de dinheiro após a Primeira e a Segunda
Guerra Mundial, que a Alemanha se tornou financeiramente estável e hoje
detém o estatuto de locomotiva da Europa. Esse facto, lamentavelmente,
parece esquecido", sublinha Ritsch. O historiador sublinha que a Alemanha
desencadeou duas guerras mundiais, a segunda de aniquilação e extermínio, e
depois os seus inimigos perdoaram-lhe totalmente o pagamento das reparações
ou adiaram-nas. A Grécia não esquece que a Alemanha deve a sua prosperidade
económica a outros países. Por isso, alguns parlamentares gregos sugerem que
seja feita a contabilidade das dívidas alemãs à Grécia para que destas se
desconte o que a Grécia deve actualmente.
Sérgio Soares
jornalista
A ingratidão dos países, tal como a das pessoas, é acompanhada quase sempre
pela falta de memória. Em 1953, a Alemanha de Konrad Adenauer entrou em
default, falência, ficou Kaput, ou seja, ficou sem dinheiro
para fazer mover a actividade económica do país. Tal qual como a Grécia
actualmente.
A Alemanha negociou 16 mil milhões de marcos em dívidas de 1920 que entraram
em incumprimento na década de 30 após o colapso da bolsa em Wall Street. O
dinheiro tinha-lhe sido emprestado pelos EUA, pela
França e pelo Reino Unido.
Outros 16 mil milhões de marcos diziam respeito a empréstimos dos EUA no
pós--guerra, no âmbito do Acordo de Londres sobre as Dívidas Alemãs (LDA),
de 1953. O total a pagar foi reduzido 50%, para cerca de 15 mil
milhões de marcos, por um período de 30 anos, o que não teve quase impacto
na crescente economia alemã.
O resgate alemão foi feito por um conjunto de países que incluíam a Grécia,
a Bélgica, o Canadá, Ceilão, a Dinamarca, França, o Irão, a Irlanda, a
Itália, o Liechtenstein, o Luxemburgo, a Noruega, o Paquistão, a Espanha, a
Suécia, a Suíça, a África do Sul, o Reino Unido, a Irlanda do Norte, os EUA
e a Jugoslávia. As dívidas alemãs eram do período anterior e posterior à
Segunda Guerra Mundial. Algumas decorriam do esforço de reparações de guerra
e outras de empréstimos gigantescos norte-americanos ao governo e às
empresas.
Durante 20 anos, como recorda esse acordo, Berlim não honrou qualquer
pagamento da dívida.
Por incrível que pareça, apenas oito anos depois de a Grécia ter sido
invadida e brutalmente ocupada pelas tropas nazis, Atenas aceitou participar
no esforço internacional para tirar a Alemanha da terrível bancarrota em que
se encontrava.
Ora os custos monetários da ocupação alemã da Grécia foram estimados em 162
mil milhões de euros sem juros.
Após a guerra, a Alemanha ficou de compensar a Grécia por perdas de navios
bombardeados ou capturados, durante o período de neutralidade, pelos danos
causados à economia grega, e pagar compensações às vítimas do exército
alemão de ocupação. As vítimas gregas foram mais de um milhão de pessoas (38
960 executadas, 12 mil abatidas, 70 mil mortas no campo de batalha, 105 mil
em campos de concentração na Alemanha, e 600 mil que pereceram de fome).
Além disso, as hordas nazis roubaram tesouros arqueológicos gregos de valor
incalculável.
Qual foi a reacção da direita parlamentar alemã aos actuais problemas
financeiros da Grécia? Segundo esta, a Grécia devia considerar vender
terras, edifícios históricos e objectos de arte para reduzir a sua dívida.
Além de tomar as medidas de austeridade impostas, como cortes no sector
público e congelamento de pensões, os gregos deviam vender algumas ilhas,
defenderam dois destacados elementos da CDU, Josef
Schlarmann e Frank Schaeffler, do partido da chanceler Merkel. Os dois
responsáveis chegaram a alvitrar que o Partenon, e algumas ilhas gregas no
Egeu, fossem vendidas para evitar a bancarrota.
"Os que estão insolventes devem vender o que possuem para pagar aos seus
credores", disseram ao jornal "Bild".
Depois disso, surgiu no seio do executivo a ideia peregrina de pôr um
comissário europeu a fiscalizar permanentemente as contas gregas em Atenas.
O historiador Albrecht Ritschl, da London School of Economics, recordou
recentemente à "Spiegel" que a Alemanha foi o pior país devedor do século
xx. O economista destaca que a insolvência germânica dos anos 30 faz a
dívida grega de hoje parecer insignificante.
"No século xx, a Alemanha foi responsável pela maior bancarrota de que há
memória", afirmou. "Foi apenas graças aos Estados Unidos, que injectaram
quantias enormes de dinheiro após a Primeira e a Segunda
Guerra Mundial, que a Alemanha se tornou financeiramente estável e hoje
detém o estatuto de locomotiva da Europa. Esse facto, lamentavelmente,
parece esquecido", sublinha Ritsch. O historiador sublinha que a Alemanha
desencadeou duas guerras mundiais, a segunda de aniquilação e extermínio, e
depois os seus inimigos perdoaram-lhe totalmente o pagamento das reparações
ou adiaram-nas. A Grécia não esquece que a Alemanha deve a sua prosperidade
económica a outros países. Por isso, alguns parlamentares gregos sugerem que
seja feita a contabilidade das dívidas alemãs à Grécia para que destas se
desconte o que a Grécia deve actualmente.
Sérgio Soares
jornalista
terça-feira, 20 de março de 2012
segunda-feira, 19 de março de 2012
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