sexta-feira, 24 de abril de 2009

Testemunho da amizade, Agrupamento 949 Sanfins do Douro









«Bastam-me as cinco pontas de uma estrela / E a cor dum navio em movimento/ E como ave, ficar parada a vê-la/ E como flor, qualquer odor no vento. (…) Baste o que o tempo traz na sua anilha/ Como uma rosa traz Abril no seio. / E que o mar dê o fruto duma ilha / Onde o amor por fim tenha recreio.». Seria com estas palavras de Natália Correia que resumiríamos a nossa viagem às ilhas dos Açores, oásis nascidos no meio do Atlântico. Em redor das ilhas o mar é maior. Respira-se amplidão mal se aterra nesta terra escura. As casas são brancas, em luz de pintor. E eis-nos no Faial: o porto da Horta serviu-nos de acesso ao nosso destino principal, o Pico; a segunda maior ilha do Arquipélago dos Açores, está localizada a oeste de Portugal Continental, aqui, encontra-se o ponto culminante do território português, o pico do Pico com 2351 metros de altitude. Esperaram-nos e guiaram-nos na exploração desta ilha os amigos escuteiros do agrupamento 808 e o amigo Padre Paulo Areias. Foi com eles que, obedecendo aos rituais católicos da época que atravessámos, realizámos uma representação da via sacra, foi com eles que aprendemos a dar mais valor à amizade e ao companheirismo, à entrega e à entreajuda, foi com eles que convivemos animadamente a cada refeição, a cada caminhada, a cada alvorada. O pico do Pico é um verdadeiro desafio para quem gosta de aventura, e então para nós, escuteiros, foi mais do que o que podíamos ter idealizado para uma escalada desta altitude, foi uma experiência entusiasmante fazer montanhismo num cone vulcânico. Do cume avistámos as restantes ilhas do grupo Central dos Açores. A ilha montanha, coberta com mantos de diversas tonalidades de verdes que cobrem vales e montes, foi a nossa casa durante uma semana repleta de boas coisas. Visitámos as Lajes do Pico e o Museu dos Baleeiros aqui localizado – como não podia deixar de ser - importante local da preservação da tradição e cultura destas gentes. Aqui reúne-se importantes peças em osso e dente de Baleia, bem como apetrechos utilizados na caça deste cetáceo (a primeira lancha a motor que foi utilizada para este efeito encontra-se aqui). Acantonados ou acampados, em raids diurnos ou nocturnos, esta visita foi sempre uma grande festa em que pudemos percorrer planaltos com pequenas lagoas, grutas, vinhedos, campos de lava, etc. A pescaria não podia faltar, e muitas das nossas refeições foram à base de peixe e deliciando-nos a degustar as especiarias culinárias da ilha como o queijo da ilha, as sopas do espírito santo, a linguiça com inhame, etc. A “Rota do Verdelho” e a paisagem património mundial da Unesco das vinhas do Pico são um passeio inesquecível e peculiar!
Buscámos no mundo mar e maravilhas, mas foi aqui, deslumbradamente, que surgiram nove ilhas, aqui é que o mar no-las trouxe na mão, nos cercou a luz da navegação. Aqui amanheceu um povo magnífico connosco. Foi exactamente aqui que também nasceu uma amizade que irá permanecer para sempre.....

1 comentário:

Amiga El disse...

Quem será a beldade que esta na 4ª foto?!
Será a nossa amiga Ana! O que andaria ela a fazer pelo Pico?