domingo, 18 de abril de 2010

Padre Emilio Porto, "Só há pedófilos entre padres?"


Depois de estar atento aos diversos artigos publicados no Jornal o “Dever”, nas suas várias edições, do Sr. Padre Emilío Porto, resolvi quebrar um pouco do meu silêncio, sobre alguém que não merece a perca do meu precioso tempo!
Sobre os conteúdos, relatados, por sua pessoa, cito:
Edição 25 de Março de 2010, título “Corrupção do Sagrado”; Edição 8 de Abril de 2010 “Utopismo Religioso”; Edição 15 de Abril de 2010 “Teologia sem censura”; para não falar nos artigos publicados por si no Jornal “Ilha Maior”, que estes, diga-se em abono da verdade, na falta de papel higiénico sei dar-lhes a devida importância!
Caro colega, para teu conhecimento lê o artigo abaixo que publico:
Tirado da Revista ùnica Expresso 1954 10 de Abril 2010, pág 66,Autor.a Inês Pedrosa

Só há pedófilos entre padres?
 
Dos políticos pedófilos é proibido falar. Bendita prescrição.
 
Há uma coisa que eu nunca poderei perdoar aos políticos: é deixarem sistematicamente sem argumentos a minha esperança”, Miguel Torga, “Diário”, 14 de Novembro de 1985.
De repente, parece que o crime de pedofilia é um exclusivo dos sacerdotes da Igreja Católica. Não haverá pedófilos em nenhuma outra religião? E que dizer das religiões – como o islamismo, em diversos países do Médio Oriente – que não só pactuam como aprovam o casamento forçado de meninas com velhos? Ou o crime de pedofilia, desde que consignado pela lei, deixa de ser crime?
Critica-se o Vaticano por não fazer um acto de contrição suficientemente claro quanto aos crimes dos seus membros. Não entendo porque teria a Igreja de pedir desculpa por crimes que nada têm que ver com a instituição enquanto tal. A religião católica condena a pedofilia, como aliás todos os crimes contra as pessoas, sem olhar a credos ou raças. Nem todas as religiões defendem os direitos humanos em absoluto – mas a Igreja Católica do século XXI defende-os. A história é um longo estendal de crimes imperdoáveis – se nos fixarmos nela, não encontraremos um só período, até ao século XX, em que as pessoas tenham sido consideradas todas igualmente dignas. Ainda hoje, em largas partes do mundo, as mulheres, as crianças ou os pertencentes a etnias diferentes da maioritária são tratados como lixo. A famosa Grécia Antiga era um território de senhores e escravos e uma civilização que oprimia barbaramente as mulheres. Sempre que se fala de pedofilia surgem conversas tão eruditas quanto insidiosas sobre as relações intimas de aprendizagem entre homens e rapazinhos na Grécia Antiga – como se as iluminações mentais de uma plêiade de filósofos pudessem justificar o injustificável. O brilhantismo de Heidegger não chega para perdoar o nazismo – antes pelo é contrário:é importante pensarmos como pode uma cultura subir tão alto e descer tão baixo em simultâneo. A cultura alemã, como a civilização grega, são excelentes campos de análise sociológica, politica e fisiológica. Como puderam os espíritos criadores da ideia democrática de polis considerar a cidadania como um privilégio dos supostamente mais aptos? De que modos não vigora ainda hoje este entendimento do mundo?
A mensagem de Cristo é precisamente a oposta – e se é verdade que a Igreja Católica tem um modo hierárquico e ostentatório de ser e de viver que em nada se coaduna com o modo de viver de Cristo ou a palavra dos Evangelhos, não é menos verdade que é ela quem hoje está, muitas vezes só, junto dos desvalidos. Se assumisse a culpa pelos crimes de pedofilia de um conjunto dos seus elementos, a Igreja estaria a sujar a imagem desses seus outros milhares de padres que se entregam a tornar felizes os que nada têm.
Entretanto o julgamento da Casa Pia eterniza-se. Esta semana surgiu a notícia de que uma das vítimas, transformada em mera testemunha porque os abusos de que foi alvo prescreveram, ameaçou fazer justiça pelas suas próprias mãos contra os arguidos. Notícia sem alarde – talvez porque o presumível autor dos crimes de pedofilia já prescritos é, segundo o “Diário de Noticias”, uma “figura do Estado”, cujo nome o Tribunal impede que se revele. Não entendo porque razões hão-de prescrever estes crimes – nem, aliás, quaisquer outros. A pedofilia é um crime que se exerce sobre crianças, ou seja, seres frágeis e totalmente desprovidos de poder. É um crime de que a vitima muitas vezes acaba por se sentir cúmplice, e que afecta irreversivelmente a sua identidade e a sua vida. A prescrição, em particular neste, crime, representa conivência da lei com o criminoso. A mensagem é de que, passado um tempo, não há sequelas nem razão para se falar de crime. A revolta desta vitima remetida à brutalidade do papel de testemunha é a prova de que assim não é – e o silêncio obrigatório em torno da “figura do Estado”  demonstra quem e o quê está a proteger a Lei: o poder e os poderosos. As ameaças da vítima foram relatadas ao procurador pelo próprio psiquiatra, que teve a coragem de enfrentar o paciente e avisá-lo de que o iria fazer (condição necessária para a quebra do sigilo profissional). Se todos os psiquiatras tivessem esta coragem, haveria certamente menos crimes. Mas enquanto se admitir a prescrição deste crime tenebroso, os pedófilos continuarão impunes. E a culpa não é da Igreja – é dos políticos, que fazem leis para proteger, antes de mais, os seus correligionários. Não há pedófilos e pedófilos: todos são criminosos. É mais que tempo de sairmos da Grécia Antiga.”
Realmente esta Senhora, merece todo o meu devido respeito, pela abertura da sua mente.
Não é, como o Ex. Padre que conheço, podes não ser pedófilo, mas que precisas de um grande psiquiatra, lá isso não tenho dúvidas.
Já agora, se quiseres comentar este pensamento aqui no meu blog: http://cristao-do-asfalto.blogspot.com/, não te esqueças de te esconder, como tens feito, nas saias do anonimato.
Para mim os anónimos considero-os todos uns cobardes!
Ao Sr. Padre Porto os meus melhores cumprimentos,afinal, ainda estamos em tempo Pascal, e o nosso Papa Bento XVI, está quase a chegar.
VIVA O PAPA!

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